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TESTE: RENAULT CAPTUR INTENSE 2.0 AUTOMÁTICO

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Overview Of Car

A Renault começa a vender em março o SUV que considera como o verdadeiro rival de Honda HR-V, Jeep Renegade, Hyundai Creta e companhia. Tabelado em R$ 88.490 na versão Intense 2.0, o Captur chega com produção local (na fábrica do Paraná), atualização no design e credenciais para quem busca um utilitário-esportivo confortável, espaçoso e bonito.

ara conferir mais requinte, seria bacana se os botões do volante, dos retrovisores e os espelhos dos quebrassóis tivessem iluminação (ao menos há uma luzinha no porta-luvas). Retrovisor central fotocromático? Tinha que ter, tal como regulagem de profundidade para a coluna de direção (não só a de altura, que por sinal despenca ao soltar a alavanca de ajuste). Os porta-objetos, por sua vez, são profundos, inclusive o que fica na parte superior do painel.

Com 4,32 metros de comprimento e 2,67 m de entre-eixos, o Captur entrega espaço generoso, com boa área livre para quem viaja atrás. O duto central não é todo plano, mas acomoda bem o ocupante do meio. Livre do estepe, que fica debaixo do carro, o porta-malas comporta satisfatórios 437 litros.

Renault Captur (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)

Impressões ao volante

Equipado com motor 2.0 flex de até 148 cv e câmbio automático de quatro velocidades, o Captur está longe de ser referência em desempenho, mas seu comportamento dinâmico é honesto no dia a dia.

As trocas de marcha são suaves, mas a nova calibração não trouxe melhorias em retomadas. Na maioria das vezes, ela não responde aos comandos do acelerador e, quando resolve trabalhar, reduz marcha e faz o motor gritar forte.

O consumo de etanol está longe de empolgar: 5,6 km/l na cidade e 9 km/l na estrada. Isso porque o Captur dispõe de função Eco e sistema de regeneração de energia, que alimenta a bateria do carro e contribui para uma suave economia de combustível na ordem de 2%. A função start-stop, recentemente adotada pelos conterrâneos Sandero e Logan, deveria ter sido adotada para a novidade.

Renault Captur (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)

Apesar do desempenho comedido, a impressão ao volante é boa graças à alta dose de conforto.Os bancos são aconchegantes e garantem uma viagem longa sem cansaço excessivo. As suspensões reforçam o rodar suave e não prejudicam a estabilidade.

E como é alta a posição de guiar! Em vez de tentar transmitir a sensação de hatch e sedã prometida por alguns rivais, o modelo tratou de entregar o maior ponto H da categoria. É o que a maioria dos compradores de SUV quer, né?

O campo de visão é amplo, com um senão apenas para o ponto cego ocasionado pela coluna A. O carro seria ainda mais confortável se a direção tivesse calibragem como a atual do Duster. No Captur, ela é pesada em manobras e transfere praticamente todas as imperfeições do solo ao condutor. Ao passar por um buraco numa curva, por exemplo, o volante chega a chicotear.

Mais uma crítica: no primeiro estágio de ignição, ao menos no carro testado, não dá para abrir os vidros. É preciso dar a partida. Vale destacar, contudo, o ótimo isolamento acústico da cabine. A 120 km/h, o conta-giros para nas 3 mil rpm e mal se ouve o som do vento. O silêncio só é rompido quando o câmbio impreciso “acorda”.

Renault Captur (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)

Itens de série

Desde o 1.6 manual, de R$ 78.900, há assistência eletro-hidráulica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos com função um toque para todas as janelas, haste de comando do som na parte direita da coluna de direção, controlador e limitador de velocidade, quadro de instrumentos com velocímetro digital, controles de tração e estabilidade (sem opção de desacionar), airbags frontais e laterais, assistente de rampa, volante multifuncional, botão de partida e chave-cartão presencial (como no Fluence), retrovisores com rebatimento elétrico, isofix e cinto de segurança de três pontos e encosto de cabeça para cinco pessoas.

O 2.0 testado acrescenta apoio de braço para o motorista, faróis com regulagem de altura, sensores de chuva e crepuscular, ar automático de uma zona, multimídia com tela sensível ao toque (simples, prática e intuitiva, mas difícil de enxergar quando bate sol), câmera e sensor de ré e faróis de neblina com função “cornering”, que acende uma luz extra para o lado que o condutor gira o volante. Bancos de couro são opcionais de R$ 1.500. Não há freios a disco na traseira.

Renault Captur (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)

Vale a compra?

Sim, desde que o comprador não priorize desempenho e esteja preparado para gastar com combustível. Embora fique devendo alguns itens de conforto e tecnologia presentes em rivais, como sistema start-stop e saída de ventilação para o espaço traseiro, o Captur topo de linha tem preço mais em conta. O Hyundai Creta Prestige, por exemplo, custa R$ 11 mil a mais e o Honda HR-V EXL, quase R$ 13 mil extras. No design, conforto e espaço, o lançamento é exemplar.


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